Tragédia do Meco: Estado português condenado por investigação ineficaz

Seis anos depois da tragédia, o O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem condenou o Estado português por investigação ineficaz aos acontecimentos que provocaram a morte de seis estudantes.

14 Jan 2020 | 11:14
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O Estado português vai ter de indemnizar José Carlos Soares Campos, pai de Tiago Santos, um dos seis jovens que morreram na tragédia de 15 de dezembro de 2013. De acordo com o O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH), a investigação ao caso começou tardiamente. A instância internacional concluiu também que não foi assegurada a integridade das provas nem a recolha imediata de testemunhos fulcrais para o caso.

O pai de Tiago Santos recorreu ao TEDH depois de os tribunais nacionais terem arquivado o caso, após conclusão de que não havia indícios de crime. Na queixa, José Carlos Soares Campos argumentou que a investigação às causas da morte de Catarina Soares, Andreia Revez, Carina Sanchez, Joana Barroso, Tiago André Campos e Pedro Tito Negrão tinha sido ineficaz. Um coletivo de sete juízes, nos quais se inclui o português Paulo Pinto de Albuquerque, deu razão ao pai de Tiago Santos.

Uma tragédia sem respostas

A 15 de dezembro de 2013, seis estudantes da Universidade Lusófona desapareceram nas águas da praia do Meco, em Sesimbra, arrastados por uma onda. A tragédia marcou, durante meses a fio, a atualidade noticiosa.

Foram precisas quase duas semanas para que todos os corpos fossem recuperados. O último apareceu a 26 de dezembro. Catarina Soares, Andreia Revez, Carina Sanchez, Joana Barroso, Tiago André Campos e Pedro Tito Negrão perderam a vida durante um ritual de praxe académica.

Mesmo depois das cerimónias fúnebres, a luta das famílias na justiça para apurar a verdade continuou. Sem respostas. O processo foi arquivado e não houve quaisquer responsáveis.

João Gouveia foi o único sobrevivente desta tragédia. O jovem estudante terá, alegadamente, telefonado para a Polícia Marítima e dado o alerta. Os jovens pertenciam todos à Comissão Oficial de Praxes Académicas da Lusófona (COPA).

 

Texto: Raquel Costa | Fotos: Arquivo Impala

 

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