Rui Maria Pêgo sobre paragem da cultura no confinamento: “Haverá gente a ficar sem casa”

Rui Maria Pêgo não se conforma com a paragem da cultura e do mundo do espetáculo no novo confinamento e fez um longo desabafo, onde alerta para a “pobreza extrema” e “fome” que daí pode resultar.

14 Jan 2021 | 9:50
-A +A

Rui Maria Pêgo não ficou indiferente à decisão do Governo quanto a um novo confinamento, com início a 15 e fim a 30 de janeiro, e que vai obrigar a que a cultura, mais uma vez, pare. O radialista usou as suas redes sociais para expressar a sua opinião e fazer um desabafo, alertando para os problemas que continuarão a surgir resultado desta paragem no mundo do espetáculo.

“Ninguém discute a dificuldade do momento que atravessamos, ninguém põe em causa a violência que é transversal a todos, mas a cultura não vale menos do que as cerimónias religiosas, ou do que eventos desportivos. Talvez seja mais perigosa porque nos faz duvidar sobre o que há e o que é, mas é saudável, sempre, porque reflete o tempo. Um país que não se pensa a si mesmo definha, e abre ainda mais auto-estradas para extremismos”, começou por referir.

“Convém lembrar que apenas um dos candidatos presidenciais – que eu saiba -, se debruçou sobre a cultura, esse eterno enteado enfesado escondido na despensa. Soubemos hoje [quarta-feira, 13 de janeiro] que os espetáculos estão proibidos durante esta fase de confinamento geral. Repito: não houve casos em teatros ou cinemas. Mas haverá casos de pobreza extrema, fome, gente a ficar sem casa, muitas famílias que nem sequer têm caras conhecidas, e que provavelmente não poderão contar com apoios mágicos. Não duvido da exigência do momento, não argumento que a cultura vale mais do que os outros sectores que tantos desempregados vão gerar, mas não significa, certamente, menos. Boa sorte a todos. Dê la por onde der, havemos de dar a volta. #aculturaésegura”, escreveu.

 

Ver esta publicação no Instagram

 

Uma publicação partilhada por Rui Maria Pêgo (@ruimariapego)

“Morre-se sem teatro… sem cultura”

Jorge Corrula foi um dos rostos conhecidos da ficção nacional a reagir às novas medidas impostas pelo Governo, não compreendendo como igrejas continuam abertas e os principais jogos de futebol não são cancelados, quando os espaços culturais são obrigados a fechar portas.

“Morre-se da cura?!? Morre-se do incumprimento! Morre-se da irresponsabilidade! Morre-se da ignorância! Morre-se do desgoverno! MORRE-SE SEM TEATRO! …sem Cultura”, lamentou.

 

“Somos um país de Fátima e futebol, o Fado está morto”

Também Marta Melro criticou a decisão do Governo quanto à Cultura, mantendo a religião e o futebol em primeiro lugar.“Como disse alguém que li nas redes sociais: Somos um país de Fátima e futebol, o Fado está morto”, escreveu nas redes sociais.

Texto: Marisa Simões; Fotos: DR e Reprodução Instagram

 

Leia ainda:
Rui Maria Pêgo revela que ainda é assombrado por traumas do passado: «Ficam na pele»

 

PUB