Ricardo Pereira encantado com o seu “Romeu” (EXCLUSIVO)

Na nova novela da SIC, “Amor Amor”, o ator é o protagonista e dá vida a um cantor popular. Ricardo Pereira está completamente rendido a este novo desafio, assim como os filhos e a mulher,

17 Jan 2021 | 9:40
-A +A

Ricardo Pereira é o protagonista da mais recente novela da SIC e conta como tem vivido estes últimos tempos, em exclusivo, à TV 7 Dias.

TV 7 Dias – Como esta a ser dar vida ao Romeu?

Ricardo Pereira – Está a ser uma experiência maravilhosa. É um desafio muito diferente de tudo o que fiz até agora e muito exigente. Não é só representar, é também cantar e todo o universo da música que é fascinante, mas difícil.

Como se preparou para este personagem?

Eu meti na cabeça que queria cantar na novela e isso faz com que tenha que ter muitas aulas de canto paralelamente às gravações, com um professor do conservatório. Faz com que eu tenha quer estar muitas vezes com o Toy que não só é o diretor musical, como o criador de todas as músicas originais. Estamos muitas vezes em estúdio a gravar as versões finais. Globalmente é um desafio muito bom e percebi logo que iria ser um papel interessante, que era um universo muito fixe, estar a falar de uma coisa tão cultural e tradicional no nosso país tão rico. Estou a adorar. Interpretar este Romeu tem sido das coisas mais desafiantes e giras que alguma vez fiz.

É o seu papel mais excêntrico de sempre?

No Brasil tenho feito coisas muito diferentes também, mas na televisão portuguesa é sem dúvida o que me levou para um lugar muito diferente do que já tinha experimentado e daquilo que eu sou. E isso é o que nós gostamos no trabalho de um ator. É um papel excêntrico, mas original, não quisemos apenas dar, a este Romeu e a esta história, só o lado do showbiz. Tem muito isso, mas não só. Ele é muito excêntrico e espampanante, mas ao mesmo tempo tem um lado humano muito bonito. Isso é bom, sendo o protagonista da história permite-me fazer um personagem com muitas facetas. Quero que as pessoa se encontrem neste Romeu.

Que dicas é que o Toy lhe dá?

Todas e mais algumas. O Toy é uma pessoa com uma carreira muito longa, com muita estrada e é um músico extraordinário. Ele vai desde ao metal até ao jazz. É muito interessante descobrir este lado do Toy. Todos os temas da novela foram escritos por ele e são originais para cada personagem. As musicas vão acompanhado a história. Ainda hoje de manhã estava a gravar uma música com a guitarra e era uma fase em que a minha personagem estava triste. Esta a ser muito giro e o Toy tem sido fundamental. Ele acompanha as gravações e vamos com ele para estúdio. É uma pessoa que está sempre pronta a ajudar e está completamente empenhado no projeto.

Inspirou-se em algum cantor conhecido?

Estou a atirar-me para um desafio completamente novo. Sinto muito que estou a cantar melhor do que no início, em Setembro. Se continuar com as aulas de canto e de guitarra acredito que vou melhorar mais. Tem sido um trabalho muito contínuo. Além do trabalho com a direção de atores, fui chatear o Tiago Bettencourt, o Matias Damásio, o Tony Carreira… chateei todos os meus amigos cantores. Tentei ver todo o tipo de cantores nacionais e internacionais, como o Alejandro Sanz. Não queria inspirar-me apenas num cantor, queria um bocadinho de todos. Queria que o público olhasse para o Romeu e não o identificasse com ninguém, mas que tivesse um bocadinho de muita gente.

Gosta de ser ouvir cantar?

Sim gosto. Tenho um prazer tremendo em cantar, que era uma coisa que eu desconhecia por completo. Dá-me um gozo enorme, adoro ir para o palco, estou sempre a ouvir as minhas músicas, a cantar em casa, no carro. Os meus filhos já cantam a música, a minha mulher já canta. É muito giro. As músicas ficam no ouvido.

Comprava um cd do Romeu?

Comprava e ia assistir a um concerto ao vivo. Este Romeu em cima de um palco é uma pessoa fascinante. Ele tem uma grande ligação à terra, à comunidade onde nasceu. Tem um lado muito afetivo e genuíno e é bonito vê-lo em palco.

Como é contracenar com a Maria João Bastos e com a Joana Santos?

São duas grandes amigas e são das pessoas com quem tenho trabalhado mais nos últimos tempos. Dividir a cena com pessoas com quem tempos confiança, que te dão todos os recursos para poderes fazer um bom trabalho, que se dedicam muito aos seus personagens, é um prazer muito grande. Fiquei muito feliz de voltar a reencontrá-las e voltar a dividir a cena com elas. Temos-nos divertido muito.

Acredita que vão liderar as audiências como a novela Nazaré?

Não sinto o peso das audiências. Quando nos dedicamos a um trabalho, queremos fazê-lo o melhor possível, dar tudo. Acho que este elenco é fortíssimo, com atores que gostam de ir mais além. A SIC apostou forte neste elenco. A história é ótima, nunca foi feito algo assim em Portugal. O casting foi muito certeiro para cada personagem, o desempenho flui melhor. É uma temática que nunca foi explorada neste contexto, fala muito da nossa cultura popular, das festas… é uma novela muito divertida e com uma energia para cima. Tenho a certeza que vai chegar ao público. Desejo que seja um sucesso.

Como está a ser gravar em tempos de Covid?

É mais complicado, é uma nova forma de trabalhar. Estamos sempre de máscara, só a tiramos para gravar. A nossa atuação precisa de contacto, de envolvimento, mas temos que nos adaptar à realidade dos dias de hoje. Temos o máximo de cuidado e está sempre tudo a ser desinfetado. É viver com um caderno de orientações que tem que ser executadas. Tem que ser assim.

Tem mais algum projeto?

Se eu conseguisse ter tempo teria. Estou a trabalhar quase os sete dias por semana. Gravamos cinco dias, mas depois ao sábado vamos para estúdio. Ao domingo há que preparar semanas e semanas de muitos textos. Quem corre por gosto não cansa e estou muito contente com este Romeu Santiago. Quero dar-lhe uma grande veracidade. Acabei recentemente A Generala, também há-de estrear um filme que gravei quando desconfinamos, que é A Revolta, do Tiago Santos, fiz com a Margarida Vila Nova, Teresa Tavares e o Cristovão Campos. E continuo a gravar o Episódio Especial, mas o foco agora é o Romeu Santiago.

Que balanço faz de 2020?

Foi um ano muito difícil para todos. Temos todos a vontade que isto passe rápido. Queremos voltar à nossa vida. Nós portugueses temos muito o lado de dar abraços e afetos. No Brasil é a mesma coisa e não existir contacto é muito complicado. Foi um ano estranhíssimo, que nos fez pensar em muita coisa. Quero acreditar que nos tenha feito uma boas viagens interiores e que nos possa mudar algumas coisas para melhor. Tenho esperança que nos faça pensar num mundo melhor.

Quais os votos para o novo ano?

A vida levou-nos por aqui, foi uma no muito atípico e espero que 2021 seja um ano melhor para toda a gente.

Texto: Neuza Silva (neuza.silva@impala.pt); Fotos: DR e Arquivo Impala

Veja também:
Ricardo Pereira afirma que “faz sentido um disco e concertos” de Romeu de “Amor Amor
Ricardo Pereira encantado com o seu Romeu. Família já canta as músicas de “Amor Amor”

PUB