“Pensei: vou matar-me!”: Rosa Villa ficou à beira da loucura e foi obrigada a pedir ajuda

Rosa Villa confidencia como viu a sua vida afetada pela pandemia provocada pela COVID-19. Sem dinheiro e psicologicamente frágil, a atriz foi obrigada a procurar ajuda especializada.

27 Jun 2021 | 19:30
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Com 58 anos, bem cuidados, e na “juventude da velhice”, Rosa Villa nunca pensou passar por uma crise pandémica. Apesar de encarar a vida com um sorriso nos lábios, a atriz que integra o elenco do telefilme da RTP “Os Vivos, O Morto e o Peixe Frito”, realizado por Daniela Ruah, não esconde como o surto de COVID-19 teve um grave impacto na sua vida, sobretudo na altura do segundo confinamento.

“Não sabíamos o que era isto. E de facto pensei: ‘Vamos para casa, então como pago a renda? A faculdade da miúda, água, luz, comer, os cães? O que faço à minha vida? Vou matar-me! Eu não sei o que vou fazer à minha vida.’ Claro que tive o apoio da família, que foi fundamental, e foi quando percebi que a família é um elo muito importante e é esse lado que devemos acarinhar muito. Foi a minha mãe – o meu pai já partiu – e a minha tia que me ajudaram imenso”, relatou.

E sublinha como ultrapassou esta fase de maior ansiedade: “Com muita terapia, com o meu psicólogo, muito foco na vida, muita meditação e muito reiki. Teve de ser nesta base, porque senão eu tinha enlouquecido, tinha mesmo enlouquecido. Fui passear muitas vezes para perto do mar, não levava telemóvel, a minha filha ficava preocupada porque ligava, mas eu precisava de estar só e às vezes de gritar. Mas, felizmente, as coisas estão a andar.”

Sem trabalho, Rosa Villa, que pode ser vista atualmente na novela “A Serra”, da SIC, viu-se numa situação económica de grande aperto: “Tive de recorrer a alguns apoios. Tive da Gulbenkian da Câmara Municipal de Oeiras, e da GDA, que me apoiaram com um cartão Continente.”

Com o alívio das medidas de confinamento, a atriz pôde voltar ao trabalho. Já com alguns projetos, em teatro e na televisão, a artista, que integra o elenco do telefilme realizado por Daniela Ruah, contou à TV 7 Dias, nos bastidores da rodagem desta produção, que decorreu na quinta-feira, 10 de junho, em Torres Vedras, que ficou “histérica” quando soube que ia trabalhar com a Kensi de “NCIS: Los Angeles”.

“Gosto muito dela e do trabalho dela”, teceu Rosa Villa, reforçando que não se cruzava com ela há muito tempo. “Conhecemo-nos tinha ela 16 anos. Entretanto, foi para os Estados Unidos e não nos víamos há 20 anos. Foi um reencontro maravilhoso, porque é uma pessoa maravilhosa”, atirou, não poupando elogios à “sua” realizadora. “Ela era uma miúda, mesmo com 16 anos era muito focada. Já é mãe, como eu, que na altura também não era. A vida faz-nos crescer, esta pandemia fez-nos crescer, e é normal que note algumas diferenças, mas, no aspeto e na forma de ser, está igual.”

 

Texto: Telma Santos (telma.santos@impala.pt); Fotos: Tito Calado, Arquivo Impala e reprodução redes sociais

 

(artigo originalmente publicado na edição nº 1788 da TV 7 Dias)

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