O Programa da Cristina: 9 graus lá fora e um furacão que chegou a Carnaxide

São raros os momentos da história televisiva recente que encerram tal antecipação e promessa. Cristina Ferreira, na estreia na SIC, fez parar Carnaxide. E, quiçá, o país.

07 Jan 2020 | 8:45
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(reportagem originalmente publicada a 7 de janeiro de 2019)

9h45 da manhã. O termómetro marca 9 graus em Carnaxide. Estamos no Parque Holanda, complexo empresarial onde se situam os estúdios nos quais são feitos os programas do daytime da SIC. Tentamos estacionar no parque do costume. «Está cheio», informa-nos o segurança.

 

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Muito mais cheio do que o habitual mas, também, não é todos os dias que a estrela maior da televisão portuguesa estreia um programa. «Tente no outro parque», pede o segurança.

Estacionamos. À porta dos estúdios, uma equipa de reportagem da SIC prepara-se para entrar em direto. O repórter Nuno Pais de Figueiredo antecipa a chegada de Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica e primeiro convidado de Cristina. Na receção do parque Holanda há uma correria desenfreada. Há uma sala de estar improvisada com café, bolinhos, fruta.

Há dezenas de pessoas a correr de um lado para o outro. Maria Botelho Moniz aparece a correr para ir buscar um xaile. Desaparece tão rapidamente como apareceu. À medida que os minutos passam, começa a chegar gente. E mais gente. E mais gente. Convidados, produção, mais convidados. Jornalistas, repórteres de imagem.

Os jornalistas são encaminhados para uma sala com uma televisão, de onde se vai assistir ao primeiro O Programa da Cristina. São 10h12. É a hora de Cristina. O espectáculo vai começar.

 

Todos à espera de Vieira

 

António Raminhos é um cicerone da casa de Cristina. Em tronco nú, na casa de banho, é o primeiro a aparecer no novo programa das manhãs da SIC. Depois, na cozinha, surgem Joana Marques e a youtuber Madalena Abecassis. O trio forma Os Três da Vida Airada. Serão o comic relief do formato.

A casa de Cristina, um estúdio com 8 divisões, é toda decorada com itens da marca Kinda Home. Curiosamente, Cristina esteve na inauguração da loja… ao lado da agora rival, Maria Cerqueira Gomes.

Uma porta que não abre. Foi, provavelmente, o único percalço de um programa feito a régua e esquadro, onde tudo foi pensado ao pormenor. E onde tudo correu como devia correr. Como um relógio suíço. Quase perfeito. À maneira de Cristina.

No rescaldo da saída de Rui Vitória do Benfica, Luís Filipe Vieira é o homem do momento. O presidente do Benfica chega às 11h15 ao estúdio da SIC e é recebido por Daniel Oliveira, diretor geral de entretenimento do grupo Impresa e Tiago Froufe, assessor de Cristina Ferreira. A comitiva do Benfica enche por completo o corredor. Atrás vão jornalistas, em busca de uma declaração de Vieira.

Na entrada do Parque Holanda, surge Mónica Balsemão, filha do fundador do grupo Impresa. Calma, confiante, observa o ecrã com um sorriso quando Marcelo Rebelo de Sousa entra em direto no programa e deixa Cristina Ferreira em lágrimas. A surpresa não foi só para a apresentadora. Ouve-se um ‘aaah!’ de espanto geral.

A agitação nos corredores vai aumentando à medida que chega a hora de Luís Filipe Vieira entrar em estúdio. No segundo piso, o presidente do Benfica está na sala de maquilhagem. Cá em baixo, começa a aumentar a quantidade de pessoas. Assessores, fotógrafos, repórteres de imagem. Assistentes de produção trazem e levam convidados. Cafés vão sendo tirados.

Estamos a entrar na ultima hora de emissão. Este segunda-feira, 7 de janeiro, assinalam-se 8 anos da morte de Carlos Castro e o crime é analisado pelos 3 cronistas. Às 12h11, o presidente do Benfica entra em direto e, minutos depois, Cristina Ferreira já consegue por Vieira a chorar.

Na hora de entregar o prémio de casa, o telefone não colabora e só à segunda é que atendem a chamada. «Senti que você estava aí à espera do melhor. É o que vamos tentar todos os dias. Dar o melhor», afirma Cristina.

E, quase quase no final, qual Oprah portuguesa, Cristina Ferreira oferece uma viagem a todos os elementos da plateia, cortesia da TAP.

Termina o programa. Mas o pano não cai. No estúdio, terminado o direto, entram dezenas. Produção, equipas de reportagem. Cristina não nega uma palavra a ninguém. Desmultiplica-se em entrevistas. No meio desta azáfama, cantam-se os Parabéns a um dos elementos da equipa de produção. A responsável pela limpeza do estúdio atarefa-se a deixar tudo impecável na cozinha onde, horas antes, António Raminhos se serviu do que havia no frigorífico,

Estamos na hora de almoço. O programa chega ao fim. Amanhã (e depois, e depois) há mais.

 

Texto: Raquel Costa | Fotos: Paula Alveno

 

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