“O bebé já está bastante deformado”: Ana Brito e Cunha recorda a morte da filha

Ana Brito e Cunha perdeu uma bebé às 22 semanas de gestação. “Tive um médico extraordinário que me ajudou muito”, diz a atriz.

29 Mar 2021 | 8:50
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Ana Brito e Cunha “abriu o coração” a Manuel Luís Goucha. A atriz, de 45 anos, falou sobre a perda da primeira filha e recordou a morte do ator Pedro Lima, de quem era uma grande amiga.

Foi em 2012, altura em que ainda tinha um relacionamento com Miguel Carvalho, que Ana Brito e Cunha descobriu estar grávida pela primeira vez, aos 38 anos. Mas o sonho da maternidade rapidamente foi assombrado com alguns problemas na gestação.

“Ao início, não se sabia (que o bebé era inviável). Na síndrome de Turner, pode nascer-se normal, só que é uma situação que se vai percebendo ao longo da gestação. A determinada altura, quando o médico já percebeu o que se estava a passar comigo disse-me que já podia investigar sobre esta síndrome. O difícil ali era saber se iria evoluir para o bem ou para o mal. Seria uma menina, só as meninas podem ter síndrome de Turner”, começou por dizer a atriz.

Ana Brito e Cunha começou a aperceber-se da gravidade da síndrome de que a filha sofria – uma condição genética feminina, caracterizada pela ausência total ou parcial de um cromossoma X – e começou a ter receio de não ter capacidades para cuidar da filha, caso ela nascesse com necessidades especiais.

“Esperei sempre um milagre… o milagre de ela partir porque tinha muito medo de ter de a cuidar se ela não estivesse bem, era uma falta de coragem. Interromper nunca, isso sempre foi uma grande aflição no meu parto. Falei com vários padres. Ouvi coisas que não gostei nada, outras que adorei. Tive um médico extraordinário que me ajudou muito”.

“A certa altura, quando percebi que já estava tudo mal, eu disse-lhe ‘senhor doutor, a decisão tem de ser sua’. E ele disse-me: ‘chegou a altura da interrupção, o bebé já está bastante deformado’. Estava de 22 semanas”, confessou. “No dia em que ela partiu e que fiz o parto, sonhei nesse dia que ela se chamava Maria Flor e ensinaram-me que devia tratá-la pelo nome”, acrescentou.

Ana Brito e Cunha: “Parece que a vida fecha ciclos”

Face ao desgosto, Ana Brito e Cunha revelou que só teve um caminho: o de se reconstruir e tornar-se numa pessoa melhor. “Só temos duas opções para enfrentar as dificuldades: ou destruímo-nos, ou reconstruímo-nos e tornarmo-nos melhores com elas. Entreguei-a completamente a Deus (…) Parece que a vida fecha ciclos”, afirmou.

Apesar de nunca esquecer a filha que perdeu, a atriz assumiu “não se lembrar muito bem” do sofrimento pelo qual passou e de como conseguiu ultrapassá-lo. “Hoje em dia, é tão claro para mim que este ser tinha que ir para o divino e tinha de passar por este processo para ser a mãe que sou agora, para viver o amor que estou a viver agora”, admitiu a mãe de Pedro Afonso, de quatro anos, fruto da relação de Ana Brito e Cunha com Afonso Coruche.

“Para o Miguel, era muito complicado eu não abortar, eu não queria abortar”

Sobre o ex-companheiro, Ana Brito e Cunha garantiu que os doiscontinuam “muito amigos” e que, apesar de não ter sido o motivo da separação, a gravidez ‘não-viável’ acabou por afastá-los.

“Para ele, era muito incongruente que eu não fizesse a interrupção. Era outra mentalidade, mas tínhamos um amor muito grande. Para o Miguel, era muito complicado eu não abortar, eu não queria abortar. Era um conflito fortíssimo, acabámos por nos distanciar. Uns meses depois de acabar a relação, encontrámo-nos para separar as coisas e na saída ele disse assim: ‘posso ficar mais um bocadinho?’. Eu disse ‘podes’. Abrimos uma garrafa de vinho e tivemos a conversa mais bonita do mundo onde percebi os medos dele, onde ele percebeu os meses e ouviu. Ficámos amigos até hoje”, explicou.

Atriz recorda morte de Pedro Lima: “Estou em contacto espiritual com ele”

No final da conversa, Ana Brito e Cunha recordou ainda o amigo e colega de profissão Pedro Lima, que morreu o ano passado, na Praia do Abano, em Cascais. Em lágrimas, a atriz confessou que ainda não conseguiu aceitar.

“A perda do Pedro Lima ainda é muito difícil de aceitar porque nós não demos conta. Pode parecer muito estranho o que vou dizer, mas tenho a certeza que este processo do Pedro não foi em vão. Acredito que ele possa ter ajudado muita gente a cair na real. É muito importante saber pedir ajuda. Rezo muito ao Pedro, estou e contacto espiritual com ele”, findou.

Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Reprodução TVI
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