Meghan Markle fez uma revelação que apanhou todos de surpresa. Numa carta aberta que escreveu ao New York Times, a duquesa de Sussex revelou ter sofrido um aborto este ano, relatando a forma dolorosa como perdeu o segundo filho.
“Foi uma manhã de julho que começou tão normalmente como qualquer outro dia. Fiz o café da manhã. Dei comida aos cães. Tomei as minhas vitaminas […] Apertei o meu cabelo num rabo de cavalo antes de tirar o meu filho de seu berço. Depois de trocar a fralda, senti uma cãibra forte. Caí no chão com ele [Archie] nos meus braços, continuei a cantar uma música de embalar para nos manter calmos, aos dois”, começou por escrever.
“Enquanto agarrava o meu primeiro filho, estava a perder o segundo”
Meghan Markle, de 39 anos, revelou que percebeu de imediato que algo não estava bem com o bebé e começou a sentir-se profundamente triste.
“Eu sabia que, enquanto agarrava o meu primeiro filho, estava a perder o segundo. Horas depois, estava deitada numa cama de hospital, a segurar a mão do meu marido. Senti a palma da mão dele suada e beijei-o, os dois molhados nas nossas lágrimas. A olhar para o branco frio das paredes, fiquei a imaginar, de olhos vidrados, como é que íamos superar”, continuou.
Foi então que, num dos momentos mais difíceis da sua vida, a mulher do príncipe Harry recordou um outro momento difícil: a viagem à África do Sul, em setembro de 2019, em que a duquesa revelou estar cansada da pressão dos media e da vida como membro sénior da realeza.
“Estávamos a terminar a tourné, eu estava exausta. Estava a amamentar o nosso filho pequeno e estava a tentar manter um rosto de coragem para o público. Foi então que um jornalista me perguntou: ‘Está bem?’. Respondi-lhe honestamente. ‘Obrigada por perguntar. Poucas pessoas perguntaram se estou bem.’ Sentada na cama de hospital, a ver o meu marido de coração partido enquanto tentava segurar os pedaços do meu, percebi que a única maneira de começar a curar-nos foi perguntar: ‘Estás bem?'”, explicou.
“Perder um filho é carregar uma dor insuportável”
Na carta que escreveu, intitulada de “As Perdas que Partilhamos”, Meghan Markle alerta os fãs para a necessidade de “estender a mão aos outros”, mesmo quando não existe uma relação muito “próxima” entre as pessoas.
“Perder um filho é carregar uma dor insuportável, vivida por muitos, mas falada por poucos. Na dor da perda, eu e o Harry que 20 em 100 mulheres sofreram um aborto. No entanto, este assunto continua a ser um tabu, uma vergonha injustificada e perpetua-se um ciclo de luto solitário”, findou.
Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Reuters
