Marcelo quebrou distanciamento: «Ainda bem que não foi apanhado pela televisão»

O Presidente da República participou na telescola com uma aula em direto em que elencou dez «lições da pandemia». «Beijoqueiro», Marcelo Rebelo de Sousa já só pensa no fim do distanciamento social.

15 Jun 2020 | 15:30
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«Muito boa tarde. Chamo-me Marcelo Rebelo de Sousa. Sou professor de jovens mais velhos do que vocês, mas hoje vou matar saudades das milhares de aulas que dei ao longo da minha vida e venho homenagear esta equipa do #EstudoEmCasa e agradecer, como professor e Presidente da República.»

Foi desta forma que o Presidente da República iniciou a aula de Cidadania, ministrada em direto na RTP Memória para os milhares de jovens que, desde o início da pandemia da COVID-19, recorrem à renovada telescola organizada pelo operador público de media como complemento ao ensino à distância.

A aula tinha um objetivo concreto: apresentar aos alunos as «lições da pandemia». Ao todo, foram dez as elencadas pelo chefe de Estado, que a determinado momento confessou ao público a vontade que tem de pôr um ponto final no distanciamento social recomendado pelas autoridades de saúde. «Eu digo-vos o que me apetece: chegar ao fim a proibição de abraçar e beijar as pessoas», afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

«Eu tenho a fama de beijoqueiro», acrescentou. Tem a fama mas tem também o proveito: «Mas é verdade: sou beijoqueiro!». E há uma explicação para isso, que remete à educação que recebeu no seio de «uma família muito pequena»«A culpa é dos meus pais, que me educaram assim. […] A minha mãe era orfã de pai e mãe, o meu pai era orfão de pai e, portanto, a família ficou reduzida a muito pouco. Formámos uma espécie de núcleo duro e, nesse núcleo duro, compensávamos o [facto de] não haver família ampla próxima […] dando carinho uns aos outros. Portanto, eu agora sou igual ao que os meus pais me educaram a ser.»

Sem beijos nem abraços que tanto caracterizam o estilo de Presidência de Marcelo Rebelo de Sousa, o chefe de Estado assumiu a falta do contacto com os seus: «Faz-me falta passar por alguém que é um grande amigo ou, mais do que um grande amigo, um neto e não abraçar e beijar.»

 

«Ainda bem que não foi apanhado pela televisão, senão era o fim do mundo»

 

Depois, continuou relatando «uma cena incrível» que vivera há alguns dias com o filho. Nuno Rebelo de Sousa vive no Brasil mas conseguiu viajar para Portugal durante a pandemia. «Foi uma complicação, porque ele vive confinado em São Paulo. Conseguiu vir. Fez não sei quantos testes lá e cá. Quando nos despedimos, depois de ter estado cá quase 15 dias, em que estivemos várias vezes juntos mas sem nunca nos abraçarmos nem beijarmos, ele não resistiu. Abraçou-me e beijou-me», revelou.

«Foi no meio da rua, porque ele ia apanhar o avião e já estava atrasado, como de costume. De repente, caí em mim e disse: ‘Mas eu estou a fazer uma coisa que não posso fazer…’ Aconteceu», lamentou, gracejando: «Ainda bem que não foi [um momento] apanhado pela televisão, senão era o fim do mundo.»

 

«Amigo» Marcelo encerra aula com abraço

 

O tempo que estava reservado para a aula lecionada pelo Presidente da República chegou e sobrou. «Como de costume, acabo sempre as minhas aulas antes do tempo. Foi sempre assim como professor. É uma maçada, porque prevêem tantos minutos… Aqui são 30 minutos e eu vou acabar um bocadinho antes», brincou Marcelo Rebelo de Sousa.

Os instantes finais foram, também eles, dirigidos aos alunos que recorrem à nova telescola. «Termino mandando-vos um abraço. O abraço do Presidente da República, a vocês e a todos os que viveram este mundo fascinante que foi o #EstudoEmCasa, mas o abraço de um amigo. Porque um professor é sempre um amigo. É um dos amigos que se somam aos outros amigos. Não chega a ser familiar, mas é perto disso», considerou. E rematou: «É também um abraço do amigo Marcelo Rebelo de Sousa que eu vos queria daqui enviar.»

 

Texto: Dúlio Silva; Fotografias: Arquivo Impala e reprodução RTP

 

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