Mãe de Valentina afirma: «Nunca troquei a minha filha por nada nem por homem nenhum»

A mãe de Valentina mudou de casa por não conseguir viver num espaço cheio de memórias e afirma que para ela a menina não morreu.

08 Jul 2020 | 9:56
-A +A

Na segunda parte da entrevista de Sónia Fonseca à SIC, a mãe de Valentina defendeu-se das críticas e falou sobre a relação da menina com o pai, Sandro Bernardo.

«Eu na altura trabalhava numa fruteira, 10 horas por dia, e à sexta e ao sábado eu ainda trabalhava num bar à noite para conseguir arranjar mais algum dinheiro para não faltar nada à minha filha», justifica, dizendo que nunca abandonou a menina.

«Se a minha filha ia para o pai era porque ela assim mo pedia, não era porque eu a empurrava para lá. Eu nunca deixei a minha filha para trás para ir fazer noitadas. Eu nunca troquei a minha filha por nada nem por homem nenhum», disse.

Sobre depoimentos de supostos familiares de Sónia Fonseca que deram a entender que Valentina poderia estar a ser negligenciada, Sónia alega que uma das pessoas que falou «fez-se passar» por tia. dela. «Eu nem sabia tão pouco quem era a senhora».

Sónia diz que Valentina «nunca se queixou do pai a ninguém e que quando vinha de casa do pai vinha “feliz”». A mãe da menina assassinada pede que as pessoas se coloquem no lugar dela, “de mãe”, e que nunca tenham de passar pela dor que sente neste momento.

«É uma dor extremamente grande nós perdermos um filho nas mãos de um pai», diz, emocionada. «Um pai serve para amar e para proteger, e não para tirar a vida».

Quando confrontados com a morte de Valentina, Sandro e Márcia Bernardo afirmaram que foi ao confrontarem a menina com um suposta agressão sexual de um “padrinho” que o cenário violento começou.

Sónia diz que a pessoa em questão é um grande amigo seu e que as acusações são infundadas. «É mentira, ele não o conhecia sequer». «A Valentina nunca entrou em casa do padrinho, ela nunca esteve sozinha com o padrinho», diz ainda.

Nega ainda que existissem papéis com mensagens de cariz sexual nos bolsos da pequena Valentina e que tudo foi inventado para justificar o crime hediondo.

Valentina foi para a casa de Atouguia da Baleia ainda antes do Estado de Emergência devido à pandemia e era suposto ter ficado apenas quatro dias das férias da Páscoa, reitera Sónia. Ao contrário do que foi escrito, Valentina não ficou em casa do pai por não ter Internet em casa mas sim porque a mãe continuou a trabalhar.

Sónia diz que falava todos os dias com a filha e que a menina sempre disse estar bem, que brincava muito e que a escola corria bem. Sobre o episódio em que Valentina fugiu de casa do pai, Sónia diz que a justificação da menina foram as «saudades da mãe».

A mãe de Valentina revela que não sabe se um dia voltará a falar ou ver os homicidas e que os considera responsáveis de igual forma. Sónia entretanto mudou de casa por não conseguir viver num espaço cheio de memórias e diz que para ela a menina não morreu.

Texto: Marta Amorim
Leia ainda:
Mãe de Valentina revela última conversa que teve com a filha
Mãe de Valentina quebra o silêncio após saber que filha está morta
PUB