Jogador acusado de mandar matar a namorada está de volta aos relvados!

O futebolista Bruno Fernandes das Dores de Souza foi condenado, em 2010, pelo homicídio da namorada, Eliza Samúdio, e condenado a mais de 20 anos de prisão. Agora, está de volta aos relvados.

10 Out 2019 | 8:40
-A +A

Bruno Fernandes das Dores de Souza, o guarda-redes brasileiro que foi condenado, em 2010, a mais de 20 anos de prisão pelo homicídio da namorada, Eliza Samúdio, está de regresso ao futebol. O futebolista foi oficialmente apresentado como guarda-redes do Poço de Caldas FC, um clube da II Divisão do campeonato mineiro, no passado fim de semana.

Ainda a cumprir a pena, que em 2017 foi reduzida para 20 anos e nove meses, Bruno de Souza recebeu autorização por parte da Justiça para se poder deslocar ao local onde iria ser apresentado como novo reforço do clube, embora ainda não possa representar oficialmente o emblema devido a questões judiciais.

Bruno está atualmente a cumprir a pena sob a forma de regime semiaberto, o que lhe permitiu viajar de Varginha, onde reside, para Poço de Caldas. No decorrer da apresentação, a imprensa presente no local foi impedida de fazer qualquer questão sobre o homicídio. No entanto, no discurso, o jogador mostrou-se empenhado em recuperar o estatuto de futebolista que tinha antes do homicídio.

«Pela primeira vez pude sair de Varginha. Ali sinto-me praticamente em casa. Da mesma forma que eu consegui conquistar aquelas pessoas, se as pessoas me derem essa oportunidade de estar aqui em Poços de Caldas, tenho a certeza de que a partir do momento que passarem a conhecer o Bruno mais de perto, ver o ser humano que é, tenho a certeza de que pode mudar a forma de pensar de muita gente. Vou ter uma grande oportunidade de mostrar este novo eu», afirmou.

 

 

O homicídio de Eliza Samúdio

 

A história remonta a 2010, quando Bruno foi acusado de ser o mandante da morte da namorada, Eliza Samúdio, de quem tem um filho. O jogador acabou por ser detido e condenado a prisão efetiva de 22 anos e três meses por homicídio, ocultação de cadáver e sequestro. No entanto, em 2017, a pena acabou por ser reduzida a 20 anos e nove meses, devido a vários recursos por parte da equipa de advogados do jogador.

Na altura do julgamento, a justiça brasileira considerou o homicídio como uma «trama diabólica» com detalhes sórdidos que acabou por ser resolvida devido ao depoimento da mulher do guarda-redes, de um primo, um amigo e ainda um polícia. Embora o corpo da modelo brasileira nunca tenha aparecido, foram encontrados vestígios de sangue num carro e numa casa de Bruno. Segundo o que foi escrito na acusação, o corpo terá sido esquartejado e dado aos cães.

 

Como funciona o regime semiaberto no Brasil

 

O sistema prisional no Brasil, por uma questão de política criminal, é o progressivo, ou seja, todos os presos têm o direito a avançar no cumprimento da pena diminuindo a rigidez do regime fechado, para o semiaberto e finalmente para o aberto.

O objetivo deste sistema prisional é conseguir, aos poucos, reintegrar o indivíduo na sociedade e garantir que não volta a cometer qualquer tipo de delito. Outro dos objetivos deste sistema é manter os criminosos acusados de cometer crimes mais graves dos acusados crimes de menor gravidade.

 

Texto: André da Silva Carvalho | Fotografias: reprodução redes sociais 
PUB