Insólito: José Rodrigues dos Santos só aprendeu a enviar SMS em 2010

José Rodrigues dos Santos, um dos mais reconhecidos jornalistas portugueses, assume-se “um dinossauro” no que às tecnologias diz respeito. E diz que só há dez anos, no Haiti, aprendeu a enviar SMS.

10 Dez 2020 | 19:10
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José Rodrigues dos Santos, de 56 anos, só aprendeu a enviar SMS há dez anos. Foi o próprio pivô do “Telejornal”, da RTP1, a fazer esta revelação, numa entrevista em que assume não ser “uma pessoa muito tecnológica”. “Sou um dinossauro”, diz mesmo o jornalista.

“Escrevo no computador mas, por exemplo, só há pouco tempo é que comecei a aprender a enviar SMS. Não sabia enviar SMS, que é uma coisa simplicíssima”, refere o também escritor. O momento em que passou a saber fazê-lo aconteceu num contexto profissional: “Aprendi a enviar SMS com o terramoto no Haiti. Estava no Haiti e não se conseguia fazer telefonemas, só enviar SMS. Então, aí, tive de aprender. (…) Só nessa altura é que comecei a enviar SMS.”

O sismo em questão, recorde-se, aconteceu a 12 de janeiro de de 2010 e atingiu, além do Haiti, República Dominicana, Cuba, Jamaica e Bahamas. Vitimou cerca de 300 mil pessoas e feriu outras 300 mil. José Rodrigues dos Santos esteve no local enquanto enviado especial da televisão pública.

Na mesma entrevista, o jornalista diz ainda não perceber a importância que outros dão às redes sociais, nas quais não marca presença. “Tenho uma grande produção de trabalho, (…) mas isso implica que eu não vá gastar tempo com outras coisas. Vejo pessoas que estão no Facebook e gastam, ali, o dia inteiro. É uma perda de tempo!”, exclama, ao site Duas Linhas, acrescentando: “Qual é o interesse de estar a dizer que almocei bife com batatas fritas? Qual é o interesse disto?! Qual é o interesse de estar a mostrar as minhas férias? Não vejo interesse nisso!”

 

José Rodrigues dos Santos: “Para mim, escrever é como respirar”

 

Detentor do título de autor português que mais livros vende, José Rodrigues dos Santos faz uma analogia para dizer que, para ele, “escrever é como respirar”. “Não sou daquelas pessoas que estão a escrever com esforço. Escrevo com gosto. Até acho que um autor que escreve com esforço é, depois, lido com esforço. E um autor que escreve com gosto é, depois, lido com gosto. A nossa paixão pela escrita reflete-se na forma como escrevemos. Tenho um enorme prazer em escrever. Profissionalmente, escrevo desde os meus 16 anos. Portanto, para mim, escrever (…) é uma coisa perfeitamente natural”, afirma.

 

Texto: Dúlio Silva; Fotos: Arquivo Impala
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