Humorista português EXPULSO DO IRÃO: «Fiquei mais 8 horas à espera para ser deportado»

Diogo Faro revelou nas redes sociais que foi impedido de visitar o Irão. O humorista português viu o passaporte ser-lhe retirado e teve de esperar oito horas para o reaver.

02 Abr 2019 | 15:34
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Diogo Faro partiu esta segunda-feira de viagem… mas já tem bilhete de regresso. O humorista aterrou a 1 de abril naquele país do Golfo Pérsico mas acabou por ser impedido de o visitar.

No Instagram, Diogo explica que, à chegada ao aeroporto de Teerão, ficou sem passaporte e foi forçado a regressar a Portugal. «Fui deportado por ser comediante – o que pelos vistos é uma profissão tão perigosa para o regime como jornalista ou militar (estas vêm com aviso nos guias)», começa por dizer.

«Foi bonito. Depois de quase 24 horas de viagem em que mal dormi, fiquei mais 8 horas à espera sem descansar, sem comer e sem ter o meu passaporte comigo, para agora ser deportado. Estou super feliz. No fundo, foi como ser barrado no Lux só que a perder ligeiramente mais dinheiro», conta.

 

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Do que vi do Irão (foto n2), amei tudo. É lindo, de facto. Só que fartei-me rápido, já vou andando. Quer dizer, não foi bem assim. Para ser mais correcto, fui deportado por ser comediante – o que pelos vistos é uma profissão tão perigosa para o regime como jornalista ou militar (estas vêm com aviso nos guias). Foi bonito. Depois de quase 24h de viagem em que mal dormi, fiquei mais 8 horas à espera sem descansar, sem comer e sem ter o meu passaporte comigo, para agora ser deportado. Estou super feliz. No fundo, foi como ser barrado no Lux só que a perder ligeiramente mais dinheiro. Claro que não estou nada irritado, na foto n1 estou só a coçar o nariz porque as ditaduras me fazem comichão. Mas também, no fundo, ando para aí a ser marxista cultural, a defender a igualdade de género e os direitos LGBTI, estava à espera de quê? Pus-me mais a jeito que uma mulher de mini-saia. Continuo com muita curiosidade sobre este país e este povo, mas agora vou ter de me acalmar uns anos antes de voltar a tentar. #sensivelmenteidiotanoirão #quase

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O humorista relata o sucedido na legenda de uma imagem em que surge a mostrar o dedo médio. «Claro que não estou nada irritado. Na foto estou só a coçar o nariz porque as ditaduras me fazem comichão. Mas também, no fundo, ando para aí a ser marxista cultural, a defender a igualdade de género e os direitos LGBTI, estava à espera de quê? Pus-me mais a jeito que uma mulher de mini-saia. Continuo com muita curiosidade sobre este país e este povo, mas agora vou ter de me acalmar uns anos antes de voltar a tentar», ironiza.

No Portal das Comunidades Portuguesas é possível ler vários avisados sobre as dificuldades de entrada naquele país, sobretudo para cidadãos ligados à área dos media. «Os profissionais de imprensa deverão munir-se de um visto especifico caso porventura tencionem deslocar-se ao Irão com objectivos profissionais. Assim se evitarão situações idênticas à de jornalistas de outras nacionalidades actualmente detidos no Irão por terem entrado no país com vistos de turismo, muito embora o seu objectivo último fosse exercer actividades de natureza jornalística».

 

Humorista lança projeto contra violência doméstica

 

Além de humorista, Diogo Faro tem mantido posições públicas de defesa dos direitos da comunidade LGBT e contra a misoginia, a homofobia, o racismo. Recentemente, Diogo relatou, num longo post, os relatos de violência doméstica que lhe chegaram de mais de 2000 mulheres. Saiba mais aqui .

E, no dia em que partiu para o Irão, lançou um vídeo, intitulado «O Machismo Não é Grave Porque é Normal», onde relata a realidade da violência doméstica em Portugal, o número de mulheres mortas às mãos dos companheiros e também as sentenças que ilibam os perpetradores destes actos.

 

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Texto: Raquel Costa | Fotos: redes sociais

 

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