Goucha defende Cristina depois de entrevista com homicida Maria das Dores

Manuel Luís Goucha defende Cristina Ferreira após a estrela da SIC ter entrevistado Maria das Dores, condenada a 23 anos de prisão por ter mandado matar o marido.

08 Jul 2019 | 11:18
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Cristina Ferreira fez a primeira entrevista a Maria das Dores, condenada por ter mandado matar o marido, e as críticas não se fizeram esperar. A estrela da SIC viu-se obrigada a justificar a decisão, embora o tenha feito indiretamente, através de um story, no qual dizia «Ouvir uma assassina não é torná-la inocente. Maquilhar uma assassina não é torná-la inocente. Respeitar a dignidade do ser humano não é torná-lo inocente. Refletir, pensar, equacionar, perceber como funciona a mente, é evoluir».

 

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Foi nesta publicação que Goucha fez questão de deixar uma mensagem à antiga companheira «Se fosse a Oprah a tê-la entrevistado já seria a maior!», escreveu o apresentador da TVI. Cristina Ferreira apreciou este gesto de Goucha e respondeu-lhe, também através da mesma rede social: «Tanta vez falamos do sítio onde se vive e nasce. E do tanto por fazer. E do que que nunca tivemos medo de fazer. Quando sabemos do nosso caminho ninguém nos desvia».

Uma fã não se mostrou contente com a comparação e referiu que a apresentadora norte-americana «é uma mulher inteligente e verdadeiramente influente pelo que não enveredava por estes caminhos». Manuel Luís Goucha entra novamente em defesa de Cristina Ferreira e responde: «Desculpe, mas vi vezes sem conta a Oprah a entrevistar reclusos, até pedófilos».

Além de Manuel Luís Goucha, Katia Aveiro também veio a público deixar uma mensagem de apoio para Cristina Ferreira. «É preciso passar uma vida a explicar o inexplicável, a nossa opinião pública anda tão amargurada e tão vazia de conhecimento, que descarrega as frustrações nos passo e trabalho dos outros! Com críticas sem sentido, lamentável! Parabéns Cristina pela coragem de ser diferente e pelo teu trabalho maravilhoso! És única e isso infelizmente ainda não entra na cabeça de muita gente!».

Maria das Dores foi condenada a 23 anos de prisão

 

Maria das Dores mandou matar o marido, o empresário Paulo Cruz, em 2007. Foi condenada a 23 anos de prisão um ano depois, num dos mais mediáticos julgamentos da década passada. «Acho que tudo o que me aconteça de mal, eu mereço. E mereci», revela Maria das Dores, na referida entrevista, feita na prisão.

«Quando entrei na prisão, houve um processo de negação; depois a expectativa de visitar o meu filho [Duarte, fruto do casamento com o empresário]; a seguir continuei num processo de negação. Dizia para mim mesma que nada tinha acontecido, que estava ali por engano», revelou a homicida à apresentadora da SIC.

«Três, quatro anos depois, comecei a aperceber-me de que, na realidade, tinha causado uma catástrofe. Tinha vitimizado muita gente. E tinha sido a causadora daquilo tudo. E aí comecei a sofrer, a aperceber-me do porquê. E a fazer introspeções atrás de introspeções (…) Encontrei a resposta. Se bem que é uma resposta que não é por mim aceite. Porque ninguém tem o direito de tirar a vida a ninguém. E isso, nunca me vou desculpar. E não vou desculpar-me também de o meu filho não ter crescido com o pai e com a mãe», acrescentou ainda Maria das Dores.

Texto: Ricardina Batista; Fotos: Impala e reprodução redes sociais

 

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