Gabriela Sobral fala sobre polémica de Supernanny

A diretora de conteúdos da SIC «abre o jogo» sobre o formato atual mais polémico da televisão em Portugal.

09 Fev 2018 | 14:46
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«Supernanny» é, sem dúvida, a nova polémica da televisão em Portugal. O programa tem como principal objetivo ajudar os pais na educação dos seus filhos, mas este formato – que começou a ser transmitido pela SIC a 14 de janeiro de 2018 -, reuniu tudo, menos coerência entre os portugueses.

A polémica rebentou e na semana seguinte após a emissão do segundo episódio, o Ministério Público impediu a transmissão de mais programas «Supernanny». Gabriela Sobral, diretora de conteúdos da estação de Carnaxide revela ao Portal Impala como foi recebida esta polémica na SIC. «Com alguma incredibilidade… E eu, pessoalmente, não achava que fosse possível a sociedade reagir desta maneira. Claro que estamos a falar de uma franja mínima. Estamos a falar de meia dúzia de pessoas que reagiram. Porque se calhar, se fôssemos fazer uma consulta, bastava olhar para as audiências e perceber quantas pessoas é que nos viram naqueles dois domingos. Mas deixemos quem de direito se pronunciar sobre isso e nós estamos tranquilos e a aguardar serenamente», anuncia. No próximo dia 15 existirá uma audiência e até lá «as gravações de ‘Supernanny’ estão congeladas». «O programa está suspenso até ordens em contrário», revela.

E no que diz respeito às noites de domingo, agora, a «responsabilidade» estará a cargo de César Mourão. «Seguimos com a programação que já estava pensada. Fomos gravar mais ‘D’Improviso’ e vamos pô-los no ar», finaliza.

«Este é o ano do Diogo Amaral»

A mais recente aposta da SIC no que diz respeito à ficção nacional é «Vidas Opostas», trama protagonizada por Sara Matos, Renato Godinho, Joana Santos, Diogo Amaral e João Jesus, que foi apresentada à imprensa no passado dia 7 de fevereiro.

Umahistóriaqueprometeprender os portuguesesaosecrãs de televisão já a partir do mês de abril. «Temumahistóriacom um pano de fundoengraçado e diferente de tudo o que já foiescritoatéagora. O tema do tráfico de anabolizantes, como é exemplo o dopping, queestá na ordem do dia, é um temafraturante e temsidofaladopelomundofora. Falamos de desportonasváriascomponentes: o glamour, a moda, as marcas de roupa…Arrisco-me a dizerqueestanovelaestá na moda», brinca, GabrielaSobral.

Nestatrama há um regressonotado. DiogoAmaral, afastado de Carnaxide há 12 anos, estáagora na «casa» que o viuter um enormesucesso na trama «Floriella», decorria o ano 2006. «É um regresso. Teveaquidurante um tempo, depoisfoi-se embora e agoravoltou. Foi um namorocerto. Eletambémtinhaessavontade, portantofoi um encontro, digamosassim», garante a diretora de conteúdos da SIC.

Mas os elogios a «Jorge» de «VidasOpostas» não se ficamporaqui. «Gostomuito do trabalho do Diogo. Ele já mostroumuitoaquiloquevale e eu achoquedestavezvairegressar na alturacertaporque, paraalém de ir fazerestanovela em que a suapersonagem é a caradele, o Diogotambémvaiestrear um filme («Pedro e Inês») quase ao mesmotempoque a novelaestreia, portanto… é em grande. E o filme é fortíssimocomumapersonagemhistóricafortíssima. Portanto, achoqueeste é o ano do DiogoAmaral».

Aposta nas «futuras estrelas da estação»

Não é novidadequeGabrielaSobralsemprefoiapologista de apostar em novostalentos e em «VidasOpostas» nãoserádiferente. «Nósapostamosmuitonumelencojovemnestanovela. Estivemos a fazerlaboratórios. Fizemos um casting, escolhemosseisjovens e elestêmestado há cerca de trêsmeses a fazercoachingporparte de algunsresponsáveispela SP Televisão, nomeadamenteatoresmaisvelhos. Estoumuitocontentecom o resultadodestecasting, porque os miúdossãofantásticos. Elesaindanãofizerampraticamentenada e aquiloque vi é muitobom, é maravilhoso. Estamostambémaqui a fazerlaboratório e a criarnovostalentos. É gratificantever a evoluçãodestesmiúdosque no futuroserão as estrelas da estação», garante.

«Tenho alma de padre»

GabrielaSobralfoi, duranteváriosanos, o «braçodireito» de JoséEduardoMoniz na TVI. Em 2010 mudou-se para a SIC e assumiu um cargo de liderançaquetemdadofrutos na programação de Carnaxide. O facto de serumamulher a «liderar as tropas» trazdiferença na gestão de equipas? Gabriela é perentória na resposta: «Nãotem a vercomfacto de se sermulher ou homem. Tem a vercomrevelação de confiançaquenósestabelecemoscom as pessoas. Achoque o queacontececomigo é que eu tenhoumaboarelação de confiançacomestemalta há muitosanos. Trabalhonestaindústria há muitosanos e elesconhecem-me há imensotempo. Os maisvelhostêmcomigoumarelaçãoquase de amizade e de há dezenas de anos. Os maisnovos se calharreveem-se nummodelo de segurança e confiança. Eu tenhomuitadisponibilidadepara as pessoascomquemtrabalho», assegura.

Mas o transmitirconfiançaparacomquem se trabalha, a diretoragarantequeestárelacionado «comamaneira de estardaspessoas e com as suascomponentes e com o seuperfil e o seucaráter». «Se calhar a minhapersonalidade é esta, a de transmitirconfiança às pessoas e de as ouvir. Digoumacoisa há muitosanos. Tenhoalma de padre, não é? (risos) Ouçomuito as pessoas. Tenhomuitapaciênciaparaouvir as pessoas e para as aconselhar e depois, comotrabalhonumaáreaonde há muitagente e as pessoasprecisam de serouvidas, se calharissotudojuntotransmiteconfiança e transmitesegurança às pessoas».

Mas o segredo de umaequipamotivada é muitomais do queisso. «Achoquetem a vercom o trabalhoquedesenvolvemos na SIC. Souumapessoaacessível. Há do meuladoumagrandepreocupação de gestão de carreiradestesatores. Eu, a SP Televisão e a SIC, nãonoslimitamos a olharparaeles a acharqueelestêm de trabalhar dê porondeder. Achoque há umatentativa de gerir as expectativas e a carreiradeles. Numaproduçãofazem de vilões, na outratentamoslevá-losparaumazona de menosconforto. Elessãodesafiadospornós. E isso é muitoimportante. Estedesafiopermanentequelhes é lançado, deixa-os bastantetranquilos», finaliza.

 

Textos: AndreiaCostinha de Miranda e InêsFernandes; Fotos: MarcoFonseca

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