António Joaquim conheceu ontem a decisão do Tribunal de Loures no que concerne ao caso Luís Grilo, no qual estava acusado da morte do triatleta em coautoria com a ex amante, Rosa Grilo. A arguida foi condenada à pena máxima pela morte do marido mas António Joaquim foi absolvido do crime de homicídio e condenado a dois anos de pena suspensa por posse de arma proibida mas o Ministério Público anunciou que vai recorrer.
À CMTV, António Joaquim afirma que «foi feita justiça» e que não tem «qualquer conhecimento do que aconteceu a Luís Grilo». Diz que até hoje, terminado o julgamento, continua sem saber o que aconteceu pois nunca falou com Rosa Grilo. Porém, admite, «talvez um dia venha a ter essa possibilidade e talvez possa saber o que se passou exactamente». Isto, se a visitar na prisão.
Sobre a condenação de Rosa Grilo, como não sabe o que aconteceu a Luís Grilo, não tem uma opinião sobre a condenação de 25 anos.
Rosa sentia-se deprimida
Após a morte de Luís Grilo, o antigo casal de amantes desfrutou de uns dias de descanso e foi inclusive a concertos em Vilar de Mouros. Nesses dias, António Joaquim diz que questionou a amante «várias vezes» sobre o que teria acontecido. «Não houve nunca nada que eu achasse que a Rosa pudesse saber», frisa.
«A própria Rosa sentia essa necessidade [ de ir passear]. Ela sentia-se deprimida. A extroversão da Rosa, para mim, é uma capa que ela tem. O que me transmitia é que sofria, dizia isso verbalmente», explica.
António diz ainda que nessa fase, não havia muita gente que apoiasse Rosa Grilo, frisando que nunca desconfiou dela pois a via preocupada.
Quando é notícia o aparecimento do cadáver, segundo Joaquim, Rosa ficou «chocada» e estava «pesarosa».
Quando foi preso, diz que foi de forma «brusca» e que não havia qualquer tipo de justificação. Desde aí nunca tentou falar com Rosa Grilo, acrescenta. Ao contrário, Rosa Grilo tentou contactar o ex amante.
Em todo o tempo que passou encarcerado, diz que nunca viu justificação para a sua situação. Quando viu Rosa pela primeira vez após as prisões, teve necessidade de lhe pedir justificações, mas nunca o fez. Diz-se ainda triste por ela o ter envolvido nesta situação.
De volta à liberdade, diz-se que está aos poucos a voltar à normalidade e quer voltar ao trabalho. Recorde-se que António Joaquim é oficial de justiça.
As armas e as chaves de casa
Segundo o oficial de justiça, Rosa tinha a chave de casa dele e ela «sabia onde é que tinha todas as armas».
«Tinha uma arma de calibre 7,65 cuja compra foi autorizada pela PSP e tem um manifesto, um livrete. Na minha muito humilde perspectiva a arma está legal. Eu tinha duas outras armas, uma de calibre 6,35 e um revólver muito antigo. Essas duas não registadas no meu nome. Essas sim, presumo eu que estejam ilegais», conta. Sobre se Rosa saberia ou não utilizar a arma de calibre 7,65, diz não saber.
A tese dos angolanos
A tese de Rosa Grilo baseia-se em «angolanos» com quem Luís Grilo faria tráfico de diamantes mas disso, António diz nada saber.
«Estou revoltado, estou decepcionado pela mentira», diz. Questionado sobre se era capaz de voltar a ter uma relação com Rosa, a resposta é um categórico «não».
«Penso que ele está a ser acompanhado pela família do Luís», diz sobre Renato, e lamenta a exposição que «algumas pessoas» lhe fizeram, tentando sempre não se pronunciar sobre o filho de Rosa e Luís Grilo.
Sobre os seguros, diz que também não sabia de nada e que só teve conhecimento da existência já em tribunal. Mais, diz que «exteriorizou» várias vezes ansiedade e preocupação de como conseguiria manter a empresa.
Sobre os próprios filhos e a ex mulher – que deixou para estar com Rosa – é resguardado mas garante que está «diariamente» com os dois filhos.
António Joaquim afirma ainda que não perdoa Rosa pelo que esta lhe fez. «Fez-me passar 14 meses numa prisão quando eu nunca devia ter lá estado».
Texto: Marta Amorim | Fotos: Impala
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