“Emocionado e angustiado”: Médico revela telefonema de Maria José Valério antes de morrer

O médico Almeida Nunes revelou, no programa da SIC “Estamos em Casa”, um dos últimos telefonemas com Maria José Valério que o deixou “angustiado”. A cantora morreu, entretanto, vítima de COVID-19.

13 Mar 2021 | 19:50
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Maria José Valério foi recordada por Almeida Nunes na emissão deste sábado, 13 de março, do programa “Estamos em Casa”. O médico foi o ‘apresentador de serviço’ do matutino da SIC e, no final de uma conversa com Júlia Pinheiro, prestou uma homenagem à cantora – que morreu a 3 de março, vítima de COVID-19 – e revelou um telefonema que esta lhe fez antes de adoecer e que o deixou “angustiado”.

“A minha amizade com a Maria José Valério não é uma amizade com muitos anos, mas era uma amizade intensa. Ela telefonava-me com frequência, a partilhar as suas mágoas e as suas angústias, e conversávamos. E há um telefonema que ela me faz que me deixou, confesso, com muita ansiedade, em que ela me diz ‘meu querido amigo, sabe que, aqui, na Casa do Artista, estão a aparecer muitos casos de COVID-19 e, se eu deixar de lhe telefonar, já sabe porque é'”, começou por contar o clínico.

“Fiquei muito emocionado, naquela altura. Fiquei até angustiado… E continuámos a falar diariamente. Aí, a Zezinha não estava infetada até que, posteriormente, acabou por infetar e teve de ser isolada”, disse, acrescentando: “Eu ia conversando com o pessoal de enfermagem da Casa do Artista e chegou a um ponto em que ela não podia mais estar ali, tinha mesmo de ser internada. Eu fui acompanhando diariamente o internamento dela, fui tendo notícias dela. O estado foi-se degradando e ela acabou por falecer”.

 

Fernando Mendes homenageia Maria José Valério na SIC

 

Almeida Nunes contou a Júlia Pinheiro que, nos últimos tempos de vida de Maria José Valério, falou diariamente com Fernando Mendes, também ele muito amigo da voz da “Marcha do Sporting“. O apresentador da RTP tinha uma ligação antiga e muito forte com a artista e também ele prestou homenagem à falecida cantora.

“Ainda bem que é homenageada, que bem merece. Eu tive o prazer de a conhecer em criança, porque ela era amiga do meu pai e da minha mãe. Depois, mais tarde, quando vim para o teatro, trabalhei com ela durante um ano. Andámos em tourné pelo pais todo e era uma mulher extraordinária. Para mim, trabalhar com uma artista daquelas foi ótimo e depois começar a conviver com ela até há uma semana atrás”, disse.

“Falava com ela todos os dias. Neste último mês, telefonava-lhe para a Casa do Artista e ela estava sempre bem-disposta. Nunca pensei que isto pudesse ter acontecido à Zézinha. A Zézinha tinha uma magia dentro dela, era um amor, uma pessoa muito querida, sem maldade nenhuma. Tenho muita pena”, contou, sublinhando: “Ainda bem que estas homenagens são feitas, porque ela bem merecia e ela está lá em cima a ver. Tenho muitas saudades dela”.

Em jeito de conclusão, Fernando Mendes contou ainda: “Esta peça que eu fiz recentemente na Casa do Artista, chamada ‘Insónia’… Ela pediu-me para lhe arranjar uma almofada com a palavra ‘insónia’ e ela dormia todas as noites com a minha almofada e com o leão do Sporting. Zézinha, estejas onde estiveres, um grande beijinho”.

 

Clique aqui para ver as emocionantes imagens das cerimónias fúnebres de Maria José Valério, que incluíram uma passagem do carro funerário pelo Estádio do Sporting.

 

Texto: Patrícia Correia Branco; Fotos: Arquivo Impala e reprodução redes sociais
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