Diogo Martins sobre MORTE DA MÃE: «os dias em casa SÃO MASSACRANTES»

Seis meses depois da morte trágica da mãe, Diogo Martins fala sobre o processo doloroso pelo qual está a passar. O ator revela também que se mudou para casa do pai.

02 Jun 2019 | 17:50
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Na festa de final de gravações da novela da SIC, Alma e Coração, Diogo Martins falou sobre o momento mais difícil da sua vida, a morte da mãe. Luísa, de 59 anos, morreu em dezembro passado de forma inesperada.

O Alex de Alma e Coração  explica como conseguiu gerir uma perda tão importante com o trabalho e a necessidade de continuar a gravar. «Foi, grande parte, com ajuda da produção, dos meus colegas, foi também um projeto que me vai ficar marcado na memória por esse acontecimento, mas é lógico que eles me deram todo o apoio e foram, sem dúvida, fundamentais para que eu conseguisse continuar a gravar», esclareceu, sem fugir ao assunto.

A namorada, a modelo Maria Gomes Andrade, é quem tem sido o maior apoio. «Sim, sim, sem dúvida nenhuma. Tem sido a pessoa que mais me ajuda nos dias em que eu não consigo estar bem. Como é lógico, não vou continuar bem durante muito tempo e ela tem sido fundamental, para além do meu pai, que precisa realmente de muita ajuda neste momento, portanto estou a fazer de tudo para que ele fiquei bem também», confidenciou, ainda, fazendo o ponto da situação.

«Os dias em casa são massacrantes»

 

Agora que as gravações de Alma e Coração chegaram ao fim, o ator espera por novos convites. Sem qualquer projeto em vista, conta o quanto é urgente regressar ao plano de trabalhos. Da trama, que acaba de dizer adeus, não quis ficar com nenhum objeto que lhe lembrasse a personagem que interpretou. «Também não me lembrei. Passou muito rápido, foi tudo muito rápido e depois, com tudo o que aconteceu, parece que me perdi um pouco… É normal que a cabeça depois também não pense nessas coisas, não esteja cá. Portanto, não pensei nisso, não levei nada…»

Apto para se lançar para um novo desafio, aguarda pelo dia em que será, novamente, convidado para regressar à ficção. «Acho que essa é realmente a força que posso ter, é isso que eu preciso: estar a trabalhar e estar ocupado, porque os dias em casa são massacrantes e eu sinto que quanto mais fico em casa, mais penso e o objetivo é não pensar», desabafa. «Pelo menos, nesta fase… Obviamente que vou pensar nisto para o resto da minha vida, mas agora, nesta fase, principalmente, o objetivo é estar tranquilo de ideias», sublinha, ainda.

«Foi e é o momento mais doloroso da minha vida»

 

É que ter perdido a mãe, sobretudo de forma inesperada, está a ser muito doloroso. «Foi e é, até agora, o momento mais doloroso da minha vida e foi algo inesperado. Às vezes, quando as pessoas estão doentes, é lógico que nos preparamos um pouquinho mais e custa sempre… A dor da perda é inevitável, mas é lógico que, neste caso, custou muito mais, porque foi de um dia para o outro, de repente, ninguém estava à espera que isso acontecesse», lamenta, ao mesmo tempo em que conta como recebeu a triste notícia.

«Estava a trabalhar e foram prontamente ajudar-me a resolver a situação e ainda bem que, por um lado, eu estava lá e que não estava em casa sozinho. Eles deram-me todo o apoio necessário no dia e daí para a frente também, portanto, foram excecionais», diz, referindo-se à equipa técnica de Alma e Coração. «Eles deram-me uns dias, a produção foi incrível comigo e percebeu que é um momento muito delicado e que necessitava dessa atenção também. Eles foram muito bons comigo e deram-me o tempo que fosse necessário, quando eu estivesse restabelecido voltaria então a gravar e foi isso que aconteceu.»

Pouco depois, o ator forçou-se a regressar à «normalidade». «As coisas, depois, naturalmente voltaram a acontecer e ajudou-me também esse processo.  Voltar a trabalhar e voltar a estar ativo, e não pensar, foi importante.

O apoio ao pai e o regresso a casa

 

Agora todos os esforços de Diogo Martins estão concentrados na estabilidade do pai. «É a minha grande missão agora. Todos nós estamos a sofrer. O meu irmão, eu e o meu pai…. Mas anos com a minha mãe, e de um momento para o outro perder essa companhia, perder o amor que tinha por ela, de um dia para o outro, é muito difícil conseguir restabelecer-se. Ele vai sofrer sempre muito mais do que eu, porque eu já nem vivia com os meus pais, neste momento estou a dar-lhe a maior ajuda possível para que ele consiga estar bem.»

Por isso mesmo, voltou para casa dos pais, de onde já tinha saído para viver sozinho. «Neste momento estou com o meu pai, sim, porque acho que ele precisa e eu preciso também de estar com ele, porque senti que a vida é mesmo passageira e nós temos noção disso, mas só damos valor quando as coisas acontecem», refere, com a voz da experiência.

«Sinto mesmo que é importante estarmos com quem gostamos. Acima de tudo, vou ter o maior tempo para o meu pai, como tinha antes, mas como temos a nossa vida sempre muito ocupada, nem sempre conseguimos estar… Eu estive uns dias antes com a minha mãe e foi ótimo eu ter feito isso, porque senão seria muito pior», conta, avançando que sentiria alguma culpa se não tivesse aproveitado da melhor forma aqueles que, sem saber, seriam os últimos dias com a mãe.

As prioridades foram, especialmente por esse motivo, redefinidas. «Agora é aproveitar os momentos que tenho para estar com o meu pai, para estar com o meu sobrinho, que também é uma força muito grande que apareceu nas nossas vidas. É focarmo-nos nessas boas energias», salienta, realçando que vive um dia de cada vez.

 

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Texto: Tânia Cabral; Fotos: Marco Fonseca e Reprodução Instagram

 

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