Ele é um dos grandes destaques de “Festa é Festa”. Depois de uma fase difícil, onde chegou a passar por dificuldades financeiras e por uma depressão, o ator Carlos M. Cunha, de 59 anos, está agora de corpo e alma na novela da TVI.
“Está a ser muito agradável. Fazer uma personagem que é, na realidade, o fiel na balança de uma aldeia de loucos é muito interessante. O padre é fiel às suas convicções, mas não deixa de ser um homem, é normal que ele tenha algumas dúvidas existenciais. Ele tem uma grande amizade com a Florinda, mas não há mais nada”, conta o ator de “Festa é Festa”.
Para se preparar para esta personagem falou com um padre amigo. “Falei com o reitor do Seminário de Coimbra, que me deu algumas orientações e que me contou uma peripécia muito engraçada. Um dia foi mandado parar pela polícia, pediram-lhe para fazer o teste do balão e ele disse: ‘Olhe que eu faço parte da única profissão em que é obrigatório beber álcool: ser padre’.”
Uma das suas funções na pele do padre Isidro é dar a missa. Entre risos, o ator lamenta: “Não me deixam beber vinho… é um sumo e já não suporto beber aquilo.” A sua personagem vai continuar na terceira temporada de “Festa é Festa” e Carlos M. Cunha sente-se feliz por continuar no projeto. “É um grande orgulho. Que venham uma terceira e uma quarta temporadas. Sendo a minha primeira experiência, de uma forma mais intensiva, numa novela, dei conta que tive a maior sorte do Mundo em apanhar esta equipa extraordinária.”
Apesar do sucesso de “Festa é Festa”, a novela surgiu no arranque da pandemia e se para muitos foi uma fase complicada, para o ator foi uma espécie de salvação. “O convite para mim caiu como mel na sopa. Tinha uma tournée montada com Commedia a La Carte, que teve de ser anulada, tinha acabado de abrir um bar a 6 de fevereiro e fechei a 13 de março, portanto as minhas opções não eram muito positivas. Graças à pandemia, o Eduardo [N.R.: Madeira] falhou um evento da TVI e convidaram-me para o ir substituir. Acho que foi aí que a Cristina Ferreira e o João [N.R.: Patrício] tiveram um clique e acharam que eu era a pessoa ideal para o padre Isidro.”
Assim que acabam as gravações, o ator despe a batina e desloca-se para o seu outro emprego, gerir o Bar Drop, em Torres Novas. “É uma correria, mas o negócio está a correr bem. As pessoas estão a começar a perder o medo. O meu bar é mais virado para a cultura do que para o mercantilismo. Se bem que é um bar e preciso de faturar, mas é um bar com características culturais muito intensas”, conclui.
Texto: Neuza Silva (neuza.silva@impala.pt); Fotos: Arquivo Impala e Divulgação TVI
(artigo originalmente publicado na edição nº 1806 da TV 7 Dias)