Concorrente de Got Talent recorda dificuldades: «Em Portugal esta área é muito mal paga»

Vive da prática das artes circenses, e agora mostra ao País as suas técnicas como acrobata e ilusionista. Luciano Lopes conta que nem sempre é fácil viver da arte em Portugal.

16 Fev 2020 | 19:50
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Tinha 22 anos quando entrou para a escola de artes circenses de Lisboa, Chapitô, onde se formou em dança, acrobacia área, ilusionismo e fogo. Porém, o gosto pelas artes tem desde muito cedo. Uma paixão que cresceu por influência do tio, Epifânio. «Tinha sete anos quando o meu tio me ensinou a fazer ilusionismo», frisou, recordando com saudade: «O meu tio faleceu muito novo. Tinha 22 anos e alguns problemas. Acabou por falecer.»

Desde então, Luciano Santos, atualmente com 37 anos, lutou para vingar na área das artes circenses. No entanto, não esconde as dificuldades pelas quais passou. «Manter trabalho é muito difícil e em Portugal não é fácil, daí já ter corrido imensos países. Em Portugal esta área não é valorizada e muito mal paga. Já recusei muitos trabalhos porque o que pagavam não suportava os custos que iria ter com deslocações. Além disso há pouco trabalho», lamenta, acrescentando: «Tenho sobrevivido na área porque trabalho sobretudo fora do País. E tive que aprender a controlar o meu dinheiro.»

Concorre ao Got Talent Portugal, da RTP 1, para mostrar as suas valências nesta área. Além disso, Luciano refere que “serve-se” ainda da sua participação para transmitir uma mensagem. No palco de todas as emoções irá atuar de olhos vendados «por aqueles que não podem ver.» «Por isso atuo de olhos vendados. Quero transmitir uma mensagem a todas as pessoas que não conseguem assistir como os jovens com quem trabalho nos centros sociais.»

E já viveu momentos de tensão? «A vida de um artista de aéreos é estar lesionado. Tem sempre dores, queimaduras, às vezes já é tão comum que desvalorizo. Cair é complicado, porque ou morremos ou acontece algo de demasiado grave que nunca mais podemos atuar», disse sublinhando que apesar de não ter tido além de pequenas lesões ao longo dos seus vinte anos de carreira, Luciano não esquece o momento em que socorreu uma colega: «A meio de uma atuação vi uma colega a cair e fui a primeira a socorrê-la, foi um momento de muita tensão», exclama.

Apoio da família

Aos 37 anos, Luciano Santos diz ser «um privilegiado» por ter conseguido sempre trabalhar na área. No entanto, nada seria possível sem o apoio da sua família, sobretudo da mãe Alcília Santos. «Sempre tive muito apoio e ajuda. E como mãe vive sempre com o coração nas mãos. Sempre que me vê atuar fica apreensiva», conta com carinho.

Textos: Telma Santos; Fotos: Fremantle Portugal

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(Artigo publicado originalmente na edição 1717 da revista TV 7 Dias)

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