Afinal, Cofina recua e já não vai comprar a TVI por não estarem «reunidas as condições»

A Cofina preparava-se para concluir a compra da Media Capital, grupo que tem a TVI, porém desistiu depois falhar a operação de aumento de capital. A comunicação foi feita pelo próprio grupo.

11 Mar 2020 | 9:00
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A Cofina, detentora do Correio da Manhã, Record e revista Sábado, comunicou esta quarta-feira, dia 11 de março, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que desistiu da compra do grupo Media Capital, do qual a TVI faz parte. Entre os motivos referidos no comunicado, a Cofina apresenta a «deterioração das condições de mercado» e, por consequência, e «não tendo sido verificada a condição de subscrição integral do aumento de capital», a oferta «ficou sem efeito».

Terminava esta terça-feira (10) a operação de oferta pública que permitiria o aumento de capital da Cofina no montante de 85 milhões de euros para a compra da estação de Queluz de Baixo. O grupo económico anuncia no mesmo documento que a oferta, que «abrangia a subscrição reservada a acionistas no exercício do direito de preferência e demais investidores que adquiram direitos de subscrição, através da emissão de 188.888.889 novas ações ordinárias, escriturais e nominativas, sem valor nominal» não atingiu, assim, o «total de ações de objeto de oferta pública». 

A recente deriorização das confições do mercado foram cruciais para esta mudança de decisão da Cofina, que entendeu «não estarem reunidas condições para o lançamento de uma oferta particular para as ações sobrantes, cuja possibilidade se encontrava prevista no prospeto da oferta pública de subscrição». 

«Não se encontram reunidas as condições»

«Em consequência de a oferta pública ficar sem efeito, o aumento de capital não será objeto de registo comercial, não se encontrando verificada a última condição suspensiva de que depende o fecho da operação de aquisição, pela Cofina à Promotora de Informaciones, de ações representativas de 100% do capital social e direitos de voto da Vertix, que por sua vez é titular de ações representativas de 94,69% do capital social e direitos de voto da Grupo Média Capital».

A proprietária do Correio da Manhã explica que o montante entregue pelos investidores no momento da emissão das respetivas ordens vai ser colocado à disposição pelos intermediários financeiros. «Não se encontram reunidas as condições de que depende a conclusão do negócio de compra e venda das ações da Vertix (e indiretamente da Média Capital) previsto no contrato», pode ler-se no final do comunicado divulgado pela CMVM.

Recorde que a Cofina estava a um passo de concluir esta compra após a Entidade Reguladora para a Comunicação Social ter aprovado, a 21 de fevereiro, o controlo das publicações da Media Capital. A Media Capital possui seis canais de televisão e a plataforma digital TVI Player. Além da TVI, canal generalista em sinal aberto, conta com a TVI24, TVI Reality, TVI Ficção, TVI Internacional e TVI África, incluindo também rádios, como a Comercial. 

 

Texto: Inês Borges/ Fotos: DR e Arquivo Impala
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