Catarina Furtado combate depressão de idosos em iniciativa revolucionária da RTP

O novo desafio da apresentadora chama-se As Idades da Inocência e com ele a RTP compromete-se a lutar contra «o isolamento e a solidão dos mais velhos». O programa estreia-se a 23 de dezembro.

19 Dez 2019 | 12:48
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Catarina Furtado termina 2019 em dose dupla na RTP1. Além de The Voice Portugal, que conduz com Vasco Palmeirim, a apresentadora é a cara de As Idades da Inocência, uma iniciativa pioneira que junta crianças e idosos com o objetivo de constatar o impacto que esta convivência traz para ambas as partes.

A comunicadora, de 47 anos, não tem dúvidas: este foi «um presente» dado pela Direção de Programas da televisão pública. É um projeto «que cai como uma luva no serviço público da RTP, porque aquilo que se pretende – e que aconteceu noutros países – é que ele salte do ecrã venha para a sociedade e que tenha como missão inspirar politicamente para que Portugal possa, depois, acionar estas medidas», defende.

Em As Idades da Inocência, nove idosos entre 74 e 90 anos e dez crianças de quatro e cinco anos convivem diariamente durante cinco semanas. O objetivo é claro: «diminuir o isolamento e a solidão dos mais velhos». «Portugal é um país envelhecido, tem muita gente muito isolada, muito vulnerável, muito sozinha, muito deprimida. Este projeto, para mim, foi muito mais do que ser uma apresentadora de televisão», confessou a estrela da RTP, num encontro com jornalistas, ela que fez questão de ressalvar que o seu papel foi introduzido propositadamente na versão portuguesa do original britânico.

«Fiquei muito feliz quando a RTP, juntamente com a Fremantle Portugal, decidiu que o programa devia ter um pivô, alguém que fosse uma espécie de veículo de comunicação», referiu.

 

«Os idosos começaram a querer viver outra vez»

 

As gravações já terminaram. No final, o resultado foi espantoso. «Os técnicos de saúde avaliaram, quer cognitivamente quer fisicamente, os idosos antes de as atividades acontecerem e, depois, avaliaram os idosos no final das cinco semanas. Aquilo que se verificou é que o impacto na saúde foi grande e os níveis de depressão dos idosos diminuíram. Foi muito positivo. Os idosos começaram a querer viver outra vez. Muitos deles estavam em situação muito crítica», recorda a anfitriã de As Idades da Inocência.

Também as crianças que participaram neste «projeto revolucionário» sofreram transformações. «Os pais disseram ela estavam muito diferentes, calmas, mais curiosas em relação à sabedoria dos mais velhos, mais tolerantes. Portanto, foi muito benéfico para ambas as partes.»

De resto, isso mesmo Catarina Furtado foi sentindo no decorrer das gravações de As Idades da Inocência. «Um dos idosos partiu uma perna e teve de se ausentar para o hospital e a criança disse que aquele tinha sido o dia mais infeliz da sua vida», partilhou a apresentadora com os jornalistas.

E rematou com a revelação de um «segredo»: «Quando começámos a produzir, a unidade de saúde aceitou fazer esta iniciativa pioneira mas sem qualquer compromisso além das cinco semanas. No final, os velhinhos, os meus avós adotivos, estavam tão felizes e já com alguns início de ansiedade por aquilo ir acabar. E a unidade de saúde decidiu continuar o projeto.» O propósito foi cumprido. Catarina espera que outras instituições sigam este mesmo caminho.

«Grandes momentos de televisão nos quais a ternura está permanentemente presente» estão, segundo o Diretor de Programas da RTP, José Fragoso, garantidos. A transmissão de As Idades da Inocência está marcada para as noites de 23, 26, 27 e 30 de dezembro e 1 de janeiro.

 

Na edição desta semana da TV 7 Dias, que chegou às bancas esta quinta-feira, leia outras declarações de Catarina Furtado sobre o seu novo programa.

 

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Texto: Dúlio Silva; Fotografias: Marco Fonseca
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