Joaquim Horta estava longe de imaginar a reviravolta que a sua vida ia dar quando decidiu, em conjunto com a mulher, Catarina, dar um irmão à filha, Inês, de três anos. O destino trocou-lhe as voltas e ele acabou por ser surpreendido.
“O papel de pai é aquele que me consome mais tempo. E não o papel para o qual me preparei melhor. Nunca me tinha imaginado pai de três. Eu sou filho único e sempre fui muito bem resolvido. A Inês, para mim, estava ótima e podia crescer lindamente como filha única. Depois começámos a debater isso lá em casa e eu comecei a achar que ela gostaria de ter um irmão e pronto… vieram dois!”, conta Joaquim Horta, a rir.
O ator admite que tem sido difícil gerir as rotinas diárias com os gémeos Vasco e Tomás, de sete meses. “De repente, com gémeos é tudo a dobrar, mas há uma série de coisas que encolhem. A casa encolheu, o carro encolheu, o quarto encolheu. Nós temos a nossa cama, mais uma cama de cada lado. Para chegar à cama tenho de andar a trepar por cima da cama deles”, conta, sublinhando que não quer ter mais filhos.
“Nem pensar! Ficámos por aqui! Impossível. Faço muito mal esta gestão. Há uns dias estava a gravar e tinha três cenas de intervalo. Sentei-me num sítio mais escondido e adormeci. Apaguei. A dada altura estava tudo à minha procura, o pânico instalado e eu a dormir. Não ouvia o telemóvel. Eu se fico sentado um bocadinho apago logo”, confidencia Joaquim Horta.
Joaquim Horta: “Fora de brincadeiras, foi mesmo muito mau”
O cansaço do ator é visível e até a filha mais velha se mostra preocupada. “Estava a dar jantar à minha filha, enquanto a Catarina estava com os outros, e devia estar com um ar desgraçado porque a minha filha perguntou-me: ‘Pai, porque é que estás tão cansado?’ Eu lá lhe expliquei que tenho andado a trabalhar à noite e por isso ando cansado. E ela: ‘Tu não podes trabalhar tanto, pai! Tens de trabalhar e depois descansar’. É uma coisa simples… porque é que não me lembrei disso?”, atira, com uma gargalhada.
O ator da TVI confessa que a pior fase foi no final das gravações de “Bem Me Quer”. “Foi péssimo. Agora fora de brincadeiras, foi mesmo muito mau. Foi um mês e meio, quando eles nasceram e ainda estava a gravar. Eu ia para as gravações completamente zombie. Acabava de jantar, deitava a criançada, pegava nos textos e tentava decorar. Chegava ao estúdio no dia seguinte e estava tudo em branco. Não conseguia”, conta Joaquim Horta.
Texto: Maria Inês Gomes (ines.gomes@impala.pt); Fotos: Arquivo Impala e reprodução redes sociais
(artigo originalmente publicado na edição nº 1810 da TV 7 Dias)