Ana Galvão chora a morte do pai: Nuno Markl faz homenagem arrepiante ao músico

Morreu o pai de Ana Galvão, o conhecido músico Johnny Galvão. A notícia foi dada pelo ex-marido da radialista, Nuno Markl, com uma homenagem arrepiante a “uma das pessoas mais intensas” que conheceu.

19 Set 2021 | 11:39
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Ana Galvão está de luto. A locutora de rádio chora a morte do pai, o conhecido músico Johnny Galvão. Nascido em Lisboa, em 1942, José João Oliveira Galvão tinha 79 anos e, segundo Nuno Markl, “estava doente” há vários anos.

Apesar de divorciado de Ana Galvão, Nuno Markl fez questão de prestar uma última homenagem ao sogro. Além de terem sido família, dado que o humorista e a animadora de rádio foram casados durante seis anos e têm um filho em comum, o também radialista assume-se um fã do falecido artista.

“Esta rockstar hippie dos 60s é o avô do meu filho. Aqui numa das suas primeiras bandas, os Los Buenos (procurem o vídeo de Groovy Woovy no YouTube; não se vão arrepender). Diz-se que separações acontecem, mas que os sogros são para a vida. Percebi que tinha um Johnny Galvão para a vida muito cedo, quando, em 2010, aquando da morte do meu pai, ele me disse que podia contar com ele para colmatar o vazio que ficou. ‘Mais do que um father in law’, dizia ele. ‘Um father’. E eu dei por mim a ter conversas com ele que ficaram por ter com o meu próprio pai.”

Nuno Markl confessa que recebeu os mais variados conselhos e enalteceu a obra do pai de Ana Galvão. “Era fácil, no meio da torrente intensa de conselhos, ideias, debates, eu esquecer-me que agora era filho emprestado de um artista com um rol de produções musicais que tocavam tanto durante o meu crescimento. O Johnny produziu e/ou escreveu clássicos do Paulo de Carvalho, da Adelaide Ferreira, das Doce, entre outros. Andou uma vida pelo mundo a emprestar o seu talento de músico e produtor a uma lista generosa de artistas que vai de Paco de Lucia a Raimundo Fagner.”

 

Pai de Ana Galvão “respondeu várias vezes à morte”

 

Nuno Markl continuou: “Foi das pessoas mais intensas que conheci e as histórias que tenho com ele (sobretudo quando trabalhámos juntos numa comédia musical, Lusitânia Comedy Club) ainda hão-de dar um buddy movie delirante que escreverei um dia, na fina linha entre o afecto gigante que tínhamos um pelo outro e os ataques de nervos que chegámos a provocar um ao outro (mas que depressa passavam). Era um perfeccionista, um produtor à antiga orgulhosamente inadaptado ao funcionamento moderno da indústria da música, mas atento – por vezes até mais do que eu. Não é todo o sogro que dá a conhecer música nova ao genro, mas sabem que mais? Uma das primeiras pessoas a falar-me entusiasticamente da Billie Eilish foi ele, tinha ela acabado de aparecer”.

Apesar de doente “há muitos anos”, a vontade de viver fez com que José João Galvão ganhasse várias batalhas. Agora, deixa saudade a amigos e fãs.

“O Johnny estava doente há muitos anos e, por várias vezes, esteve para partir. Mas, homem de convicções fortes e com uma sede de viver insana, respondeu várias vezes à Morte que não contasse com ele. Manteve projetos e sonhos até ao fim, mesmo quando era óbvio que seria impossível concretizá-los. ‘Vamos criar outro espectáculo’. ‘O que achas de abrir uma escola de artes?’. Ouvi-o sempre. Sentirei falta de o ouvir. Boa viagem, Johnny”, remata o ex-marido de Ana Galvão.

 

Texto: Mariana de Almeida; Fotos: Reprodução Instagram
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