Agricultor em pânico com furacão: «o meu maior medo eram os animais»

«Seja o que Deus quiser!», afirmou João Bettencourt, a propósito da passagem do temporal. A tempestade Lorenzo trouxe à ilha Graciosa ventos de 145 km/hora e muito temor aos seus habitantes. Independentemente de as autoridades de Proteção Civil não aconselharem a saída de casa durante a madrugada do passado dia 2, o agricultor dos Açores não colocou em causa deixar de ir trabalhar.

«Tivemos de ordenhar as vacas na mesma. Saímos por volta das 6h30 da manhã. Não fui eu que fiz a ordenha, foram mais os empregados. Apenas fui ajudar a abrir a máquina de ordenha. Não conseguimos passar por dois caminhos principais. Em um deles tivemos de andar a pé até ao pasto e num outro tivemos de ir por um caminho mais longe.» João afirmou à nossa revista que praticamente não choveu, o único problema foi o vento: «Começou a partir da meia-noite, o vento já estava a aumentar a força. Das três para as quatro da manhã sentia-se o vento intensivamente, durou até às 14h/15h do dia seguinte, e depois começou a acalmar», recorda.

«A electricidade deixou de funcionar»

As medidas foram previamente tomadas, como «amarrar com cordas e correntes as máquinas de ordenha e outros materiais», contou o ex-participante de Quem Quer Casar com o Agricultor. Mas a sua maior preocupação foi principalmente proteger as vacas. «O meu maior medo eram os animais, garantir a segurança deles e que nada de mal lhes acontecesse.»

Habituado a tempestades tropicais, João Bettencourt avançou que «felizmente correu tudo bem. Temos com regularidade ventos de 120 km/hora. Este furacão passou aqui [N.R.: ilha Graciosa] na categoria 2. Não foi tão intenso como no Faial, Pico, Flores e Corvo. Contudo, fez alguns estragos. A eletricidade deixou de funcionar em alguns sítios, por exemplo», rematou.