Acusações graves: Carolina Deslandes assaltada, maltratada e ofendida

Carolina Deslandes conta que foi assaltada, maltratada e ofendida num espaço noturno do Porto e mostra o momento em que se vê uma pessoa a furtar pertences da cantora.

22 Out 2021 | 22:03
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Carolina Deslandes foi assaltada e maltratada num concerto no Porto ocorrido nesta semana. Num vídeo no qual mostra o momento do assalto, a cantora explica como tudo aconteceu e como o dono do espaço onde atuou com a amiga Irma Ribeiro a terá maltratado.

 

 

“Em oito ou nove anos de Instagram, nunca me queixei de um serviço, de ter sido maltratada num concerto. […] Foi a primeira vez que isto me aconteceu. Ontem, fui cantar ao Hot Five, o clube de Jazz no Porto, na Boavista, com a Irma, a custo zero, sim. Fui pela minha amiga”, começa por dizer Carolina Deslandes, para depois explicar como tudo aconteceu.

“Cheguei para fazer o ensaio de som, na sala de espetáculos, e pousei as coisas na minha cadeira. Fiz o ensaio de som e a seguir fomos maquilhadas e penteadas na casa de banho. Eu disse à Irma que não ia estar a levar as minhas coisas, ia deixá-las ali [na sala]. O clube estava fechado. Ainda não tinham aberto portas e a casa de banho é, para aí, a 25 passos da sala. Não estava lá ninguém. Sou maquilhada e penteada e as equipas regressam do jantar. Eu e a Irma não fomos, porque ficamos a preparar-nos para o concerto, e eu começo a pedir as minhas coisas”, conta.

É aqui que Carolina Deslandes percebe que o seu casaco, sapatilhas e mala tinham desaparecido. O dono do espaço disponibilizou-se de imediato para mostrar as imagens das câmaras de vigilância. Contudo, as mesmas só foram consultadas duas horas depois, como a própria cantora revela.

“Se tenho um artista que é assaltado dentro da minha casa e digo que tenho câmaras de segurança, o que é que faço: antes sequer de pôr alguém lá dentro, vou verificar as câmaras para perceber se foi um roubo ou o que aconteceu. Até porque tinha os meus cartões de multibanco lá dentro e tinha de saber se os tinha de cancelar ou não”, diz Carolina Deslandes.

“Demorou quase duas horas a ir às câmaras de segurança. Quando vai, percebe-se que foi um roubo. Alguém entrou pela porta do lado da sala que estava aberta – foi deixada aberta pela equipa da Irma, sim – mas têm de perceber que, para alguém chegar àquela porta, teve de trepar um portão de quatro metros que estava tapado por um carro e andar um corredor. Alguém deveria ter adivinhado que aquela porta poderia estar aberta e arriscar trepar um portão. Tudo isto é profundamente rebuscado na minha opinião”, sublinha.

 

Carolina Deslandes vê o assaltante a levar-lhe os pertences

 

Carolina Deslandes foi ver as câmaras de vigilância do espaço e ficou espantada com o que viu. “Quando vou ver o vídeo, vejo uma pessoa que entra com toda a calma dentro da sala, uma sala onde estavam guitarras caríssimas, onde estavam milhares de coisas, olha para um casaco, uma mala e uns ténis e leva-os com a maior das calmas. Fico a pensar: ‘Uma pessoa que trepa um portão, que apanha uma brecha de porta aberta, quer roubar umas coisinhas? Vai estar com a calma de quem passeia num parque?’ Não me cheirou bem esta história, mas era o concerto da minha amiga e eu não o queria estragar”, afirma.

Depois do concerto, a cantora permaneceu no espaço com algumas pessoas do grupo, mas algo inesperado voltou a acontecer. “O concerto acaba, estava com um grupo de quatro pessoas, fiquei lá a beber uns copos, a conversar, a comentar a minha frustração de ter sido assaltada. Pensei que esta história está mal contada e que, no dia seguinte, ia à polícia e que, se achassem o mesmo, iriam investigar”, partilha, sublinhando a falta de apoio que o dono do espaço lhe prestou.

“Cruzei-me com o dono da casa várias vezes e ele não me dirigiu uma palavra. As minhas coisas são roubadas dentro da casa dele e não há o mínimo de ‘Carolina, queria pedir-te desculpa, isto nunca aconteceu, foi um azar’ ou prontificar-se para chamar a polícia. Chegamos à porta, eles entregam os cartões deles e eu não tinha cartão, porque eu estava lá desde a tarde, estive lá a cantar e ninguém me deu cartão. Pagamos a conta do cartão de consumo, que ainda foi uma conta fixe, e ele está atrás da caixa a ver-nos a pagar a conta, a conversar sobre o sucedido”, conta Carolina Deslandes.

“Eis senão quando a funcionária, que estava ao lado dele quando pagamos a conta, vem a correr atrás de nós até ao fundo da rua. ‘Peço imensa desculpa, mas vou ter de verificar se todos vocês me entregaram os cartões’ (imita a funcionária). Ele mandou a miúda atrás de nós para ver se tínhamos pagado tudo, se alguém tinha fugido. Isso por si só para mim já é ofensivo, agora, acabo de pagar a conta à frente dele, entrego os cartões à frente dele, não foi uma coisa de cinco minutos, estás a ouvir-me, e mandas a tua funcionária atrás de mim ao fundo da rua depois de ter sido gamada aí dentro? De não me teres dirigido a palavra? De não teres chamado a polícia? Ainda estou a ser acusada de roubar, era o que me faltava. Aí, mexeu com a minha sanidade mental”, assume, indignada.

Perante a situação, Carolina Deslandes voltou para trás para falar com o dono e relatou a conversa que teve com ele: “Isto que aconteceu aqui é inadmissível desde o momento um. Eu sou roubada, não chamas a polícia, não ajudas em nada, não dizes nada. Foste negligente. Este vídeo do assalto está muito mal contado. […] Não tens vergonha na cara?”, questionou, revelando que acabou a ser maltratada e ofendida ao mesmo tempo em que assume que também se exaltou.

“Falei alto, estava nervosa com legitimidade, estava revoltada com a situação porque estava preparada para ir para casa. […] Berrei com o homem e ele em momento nenhum pediu desculpa”, completa, assumindo que apresentou queixa no livro de reclamações.

“Em dez anos de carreira, nunca me tinha acontecido uma coisa assim”, termina Carolina Deslandes.

 

Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Redes Sociais
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